O ônibus levando boa parte da equipe brasileira que irá disputar a Copa do Mundo da África do Sul chegou ao CT do Caju pouco antes das 11h, horário previsto na verdade para a chegada de todos ao aeroporto. A antecipação pegou os torcedores de surpresa.
Frustração
Thaís Gouveia Cesca, advogada de 25 anos, se disse frustrada por não ver os jogadores de perto. Moradora de Guarapuava, região central do Paraná, ela estava na cidade para um congresso, mas a admiração por Luis Fabiano falou mais forte. “Estou matando um congresso que tinha aqui em Curitiba para ver a seleção. Não deu certo, mas pelo menos nos divertimos um monte”.
Segundo a torcedora, se a seleção não fez a festa da galera, outros atrações fizeram, como as equipes de programas de humor como o Pânico, da RedeTV, e Legendários, da Record.
O metalúrgico Yuri Silva, que foi ao aeroporto com o filho Kawan, conseguiu pelo menos um dos objetivos. “Queríamos uma foto dos jogadores e um autógrafo do Robinho. Não deu, mas conseguimos tirar uma foto do ônibus”, disse, orgulhoso.
Seleção blindada
Nos seis dias em que a equipe nacional estiver no Paraná, o contato com os torcedores será praticamente nulo. O medo de que se repitam as cenas de festa em treinamentos abertos aos fãs durante a preparação para o Mundial de 2006 (em Weggis, na Suíça) motivou a comissão técnica a fazer um esquema absolutamente fechado. A tática de isolamento total também será a tônica após a chegada no país da Copa.
Por outro lado, segundo a assessoria de imprensa da CBF, existe a possibilidade de um treino ser liberado à torcida paranaense. A decisão só será tomada após a chegada da seleção na capital paranaense. No entanto, tal medida é pouco provável.
A intenção de Dunga é afastar ao máximo a imprensa e consequentemente o torcedor do convívio dos atletas. Os cerca de mil jornalistas de todo o mundo esperados para a cobertura serão tratados sem nenhuma regalia. Uma tenda de 20x30 metros quadrados será erguida no campo 5, o mais distante das instalações utilizadas pela seleção. Lá, os repórteres trabalharão sem visibilidade dos exames e treinamentos (praticamente só físicos) ministrados.
A presença da seleção brasileira também alterará a rotina do Atlético. A equipe profissional treinará apenas na Arena no período e as concentrações serão feitas em um hotel no centro da cidade. Todos os funcionários dos departamentos administrativo e de futebol do Rubro-Negro serão deslocados para o Joaquim Américo. No CT, apenas serviços imprescindíveis como os da lavanderia e da cozinha serão mantidos com empregados atleticanos.
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