domingo, 10 de março de 2013

CRONICA DO PESADELO

Mais uma vez estava sozinha, sentada sob um chão de pedra frio. Estava escuro mas a minha visão era nítida. Olhei em volta para as paredes de pedra despidas, com um ar de ali permanecerem há imensos anos. O frio entranhava-se pela pele congelando-me os ossos. Os meus dentes rangiam e o seu som ecoava ao longo da sala vazia. Se olhasse para o fundo avistaria um portão de ferro. Se ao menos conseguisse mexer os pés colados ao chão, tentaria abri-lo. A loucura tomava conta do meu cérebro, ecoando lá dentro em sussurros do meu nome, rodeando-me como almas, numa espécie de dança fantasmagórica. “Anaaa”, gritavam as vozes. Eram muitas, vindas de todas as direcções, como rajadas de vento, envoltas num nevoeiro denso e misterioso. Sabia que tinha de ser forte. Ao mínimo sinal apoderar-se-iam da minha fraqueza. E eu não estava pronta para desistir. Lutaria até não ter mais forças. Lutaria até deixar de encontrar razões que fizessem o meu coração bater. Soltei um grito, e olhei em volta desorientada. O meu coração batia a mil à hora. Levei os braços ao peito impedindo-o de saltar. O suor descia pela minha face vermelha misturando-se com as lágrimas dos meus olhos. - Ana acorda! Abri os olhos. A minha mãe debruçava-se sobre a minha cama. Os seus olhos azuis brilhavam tremulantes demonstrando a sua preocupação. Quando viu que estava acordada atirou os seus braços em volta do meu pescoço, suspirando de alívio. Retirou-me o termómetro que apitava na axila. Olhei em volta apercebendo-me que fora apenas mais um sonho.(Cornelinhas)

ARENA QUEM LEMBRA ?

Aliança Renovadora Nacional (ARENA) foi um partido político brasileiro criado em 1965 com a finalidade de dar sustentação política ao governo militar instituído a partir do Golpe Militar de 1964. No programa do partido, adotado em convenção nacional, realizada, em Brasília, em 21 de setembro de 1975, a ARENA assim se posicionou em relação à sua criação e sua existência: "Expressão política da Revolução de Março de 1964, que uniu os brasileiros em geral, contra a ameaça do caos econômico, da corrupção administrativa e da ação radical das minorias ativistas, a ARENA é uma aliança de nosso povo, uma coligação de correntes de opinião, uma aliança nacional". Fundada no dia 4 de abril de 1966, a ARENA era um partido político predominantemente conservador. A criação da ARENA se deu em decorrência do Ato Institucional Número Dois, de 27 de outubro de 1965, e do Ato Complementar nº 4, de 20 de novembro de 1965, baixados pelo regime militar, os quais terminaram com o pluripartidarismo existente, naquela época, no Brasil, e extinguiram os 13 partidos políticos legalizados, então existentes no Brasil, e determinaram a implantação do bipartidarismo no Brasil. Seus membros e eleitores eram chamados de "arenistas". Em 20 de dezembro de 1979, pela lei nº 6.767, o multipartidarismo foi restaurado no Brasil e as associações políticas existentes extintas: "Ficam extintos os partidos criados como organizações, com base no Ato Complementar nº 4, de 20 de novembro de 1965, e transformados em partidos de acordo com a Lei nº 4.740, de 15 de julho de 1965, por não preencherem, para seu funcionamento, os requisitos estabelecidos nesta Lei". Mesmo assim, a lei fazia proibição de "coligações com outros partidos para as eleições à Câmara dos Deputados, às Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais" e de "arregimentação de filiados ou adeptos, com base em (...) sentimentos de classe". Os partidos permitidos seriam os que contassem com "10% de representantes do Congresso Nacional". A ARENA foi rebatizada de Partido Democrático Social (PDS). Mais tarde, um grupo de políticos do PDS abandonou o partido e formou a "Frente liberal", a qual, depois, tornou-se o Partido da Frente Liberal (PFL), atual DEM. O PDS, posteriormente, mudou o seu nome para Partido Progressista Renovador (PPR), e depois para Partido Progressista Brasileiro (PPB), que hoje se chama Partido Progressista (PP). O bipartidarismo gerou, no Brasil, de 1966 a 1979, duas correntes políticas, a situacionista formada pela ARENA e a corrente oposicionista formada pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB). A ARENA era chamada de "A situação" e o MDB de "A oposição". Esse período (1964-1985) foi chamado de "período revolucionário", "governo militar", "ditadura militar", "regime militar".

FANDANGO A NOSSA DANÇA

No litoral do Paraná e de São Paulo, o fandango é um gênero musical e coreográfico fortemente associado ao modo de vida da população caiçara. Sua prática sempre esteve vinculada à organização de trabalhos coletivos - mutirões, puxirões ou pixiruns - nos roçados, nas colheitas, nas puxadas de rede ou na construção de benfeitorias, onde o organizador oferecia, como pagamento aos ajudantes voluntários, um fandango, espécie de baile com comida farta. Para além dos mutirões, o fandango era a principal diversão e momento de socialização das comunidades caiçaras, estando presente em diversas festas religiosas, batizados, casamentos e, especialmente, no carnaval, quando os quatro dias de festa eram realizados ao som dos instrumentos do fandango. O fandango caiçara possui uma estrutura bastante complexa, envolvendo diversas formas de execução de instrumentos musicais, melodias, versos e coreografias. A formação instrumental básica do fandango normalmente é composta por dois tocadores de viola, que cantam as melodias em intervalos de terças, um tocador de rabeca, chamado de rabequista ou rabequeiro, e um tocador de adufo ou adufe. Cada forma musical, definida pelos mestres violeiros, é chamada de marca ou moda, dependendo da região, e possui toques e danças específicas, que se dividem, basicamente, em duas categorias: os valsados ou bailados - dançados em pares por homens e mulheres, com ou sem coreografias específicas - e os batidos ou rufados. Nos batidos, os homens utilizam tamancos feitos de madeira resistente, como canela ou laranjeira,camisa xadrez e calça completam a vestimenta, intercalando palmas e tamanqueando no assoalho de madeira,normalmente eles dançam em circulos de acordo com a marca ou moda executada. Por influência açoriana, a comida típica do fandango era o barreado, prato típico preparado a base de carne, toucinho e vários temperos. De preparo demorado, o cozimento leva cerca de 20 horas em fogo brando. Utiliza-se uma panela de barro, sendo que a tampa deve ser vedada, ou barreada de onde vem o nome do prato, com uma mistura de farinha de mandioca, cinzas e água quente. Uma vez pronto o prato é servido num pirão feito com farinha de mandioca, acompanhado de laranja, banana e arroz. Em 2011 o Fandango será agraciado, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como o primeiro bem imaterial do sul do Brasil por suas características particulares das culturas que colonizaram as regiões do litoral sul paulista e paranaense.

KU KLUX KLAN

A primeira Ku Klux Klan na verdade foi fundada pelo general Nathan Bedford Forrest da cidade de Pulaski, Tennessee, em 1865 após o final da Guerra civil americana. Seu objetivo era impedir a integração social dos negros recém-libertados, como por exemplo, adquirir terras, ter direitos concedidos aos outros cidadãos, como votar. O nome, cujo registro mais antigo é de 1867, parece derivar da palavra grega kuklos, que significa "círculo", "anel", e da palavra inglesa clan (clã) escrita com k. Devido aos métodos violentos da KKK, há a hipótese de o nome ter-se inspirado no som feito quando se coloca um rifle pronto para atirar. Capa do filme "O Nascimento de uma Nação". Em 1872 o grupo foi reconhecido como uma entidade terrorista e foi banida dos Estados Unidos. O segundo grupo que utilizou o mesmo nome foi fundado em 1915 (alguns dizem que foi em função do lançamento do filme O Nascimento de uma Nação, naquele mesmo ano) em Atlanta por William J. Simmons. Este grupo foi criado como uma organização fraternal e lutou pelo domínio dos brancos protestantes sobre os negros, católicos, judeus e asiáticos, assim como outros imigrantes. Este grupo ficou famoso pelos linchamentos e outras atividades violentas contra seus "inimigos". Chegou a ter 4 milhões de membros (outros dizem serem 5 milhões) na década de 1920[2], incluindo muitos políticos. A popularidade do grupo caiu durante a Grande Depressão e durante a Segunda Guerra Mundial.