quarta-feira, 20 de julho de 2011

Conselho de Ética recebe denúncia contra Derosso

Francisco Garcez, presidente do Conselho: há muita disposição “em realizar um trabalho sério”

O presidente da Câmara Mu­­nicipal de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), foi denunciado ontem no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa. O vereador foi acusado de ferir os princípios constitucionais de probidade administrativa e da publicidade, por contratar empresa pertencente a sua esposa e não dar informações devidas sobre a licitação para contratação de empresa de propaganda, respectivamente.

A denúncia foi protocolada pelo economista Everton de Andrade. De acordo com ele, a acusação formal foi motivada pela indignação após ler matérias sobre o caso. “Os jornais apresentaram indícios gravíssimos. Diante disso, considerando que eu tenho o direito de fazer uma denúncia ao conselho, decidi entrar com uma ação”, afirma. Everton diz não ser filiado a nenhum partido e não ter nenhuma ligação com a Câmara ou com qualquer órgão público.

O presidente do Conselho, o vereador Francisco Garcez (PSDB), confirmou ter recebido a denúncia e convocou reunião extraordinária para amanhã, às 10h. Garcez preferiu não comentar o assunto. “Não posso comentar antecipadamente por uma questão ética. Ainda não dei ciência aos colegas do teor da denúncia”, explica.

Garcez é proprietário licenciado do jornal Folha do Boqueirão, que recebeu da Câmara recursos de publicidade nos últimos anos (o valor não foi divulgado). Apesar disso, o vereador reforça que não há conflito de interesses – até porque, segundo ele, a quantia recebida é “mínima”, comparada ao todo. “Julgar os colegas é sempre uma missão espinhosa, mas vejo muita disposição de todos os membros do conselho em realizar um trabalho sério”, afirma.

Entenda o caso

Em 2006, a Câmara abriu licitação para contratar serviços de comunicação social. Duas empresas venceram a licitação: Oficina de Notícias, empresa da esposa de Derosso, Cláudia Queiroz Guedes, e Visão Publicidade. O aviso de licitação foi publicado apenas no Diário Popular, de circulação reduzida, e apenas as empresas vencedoras participaram. Inicialmente, o contrato era de R$ 5,2 milhões para cada uma, mas os aditivos elevaram o valor máximo para R$ 30,1 milhões. De 2006 até agora, foram usados R$ 31,9 milhões – R$ 5,1 milhões para a Oficina de Notícias e R$ 26,8 milhões para a Visão Publicidade.

GAZETA DO POVO

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