sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

CRACK O PRAZER QUE LEVA A MORTE


Nas últimas décadas, mas com ênfase nos últimos anos, a Humanidade tem encontrado no combate às drogas seu maior desafio. O crack, a pedra que mata e é dez vezes mais potente que a cocaína, tornou-se uma pandemia por desatenção do pode público. Famílias inteiras têm sido destruídas, com maior intensidade justamente nas camadas mais pobres e desasistidas, em virtude de ser uma droga relativamente barata.

Nossas forças policiais não têm estrutura e condições para impedirem o avanço da droga, que pode ser encontrada facilmente na maioria das cidades brasileiras, e não mais apenas nos grandes centros. O crack também já chegou aos pequenos municípios, para desespero de milhares de pais e mães de famílias.

Minha experiência de ex-prefeito me leva a crer que os municípios devam liderar o trabalho de prevenção junto às comunidades, especialmente nas mais carentes. Toda vez que o poder público falha, toda vez que deixamos que o tráfico faça o que deveria ser feito pelos governos, a droga avança, sendo o principal motivo para a violência e a degradação familiar.

Mas essa tarefa dos prefeitos precisa ser realizada com o apoio dos governos Estadual e Federal, que devem dar todo o apoio a essa cruzada, colocando em prática políticas públicas que reprimam o tráfico de drogas, previnam o uso, bem como ofereçam assistência gratuita ao tratamento dos dependentes químicos.

Contudo, nada disso adiantará se não realizarmos uma vigorosa ação na Escola e nas famílias. Somente a Educação, a única ferramenta que liberta o homem, e a família, com a mão decisiva do poder público, poderão vencer essa guerra. Precisamos oferecer às nossas crianças e aos nossos jovens atividades alternativas que tirem sua atenção desse universo cruel das drogas. Atividades extraclasse, com foco no esporte e na cultura, são fundamentais para ocuparem o jovem, fazendo com que ele dê valor à vida e não ao prazer efêmero do vício.

Em Brasília, tenho solicitado que o Ministério da Saúde amplie os recursos no Orçamento Geral da União para os programas de combate e prevenção ao uso de drogas. A situação é de calamidade pública, tamanha a abrangência do problema. Com mais verbas e professores, pais, igrejas, sociedade, imprensa e poder público engajados, podemos virar esse jogo.



* Renato Molling é deputado federal

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