quarta-feira, 17 de março de 2010

A SUA BENÇÃO PADRINHO!


Abib Miguel, o Bibinho, em uma imagem rara: o diretor-geral da Assembleia é discreto, não gosta de ser fotografado e não dá entrevista. Mas é um dos homens fortes da Casa, responsável pela gestão de um orçamento anual de R$ 319 milhões

Nos bastidores
O todo-poderoso
Diretor-geral da Assembleia tem pelo menos 20 apadrinhados que receberam R$ 11,2 milhões da Casa. Parte deles nem sequer trabalha no Legislativo
Um dos homens fortes da As­­­sem­­­bleia Legislativa do Paraná é uma pessoa de bastidores, bastante discreta. Abib Mi­­­guel, o Bi­­­binho, é o diretor-geral da Ca­­­sa. Não demonstra o poder que detém. Nem o patrimônio que construiu ao longo de décadas de trabalho no Legislativo paranaense.
Respeitado pelos deputados estaduais, mas desconhecido pela população, Bibinho se mo­­­ve discretamente. Não permite ser fotografado, não dá entrevistas e costuma circular pouco pelos corredores da Assembleia.
Ganhou prestígio atuando como fiel escudeiro do ex-presidente da Casa Aníbal Khury, que comandou a Assembleia em diversos períodos das décadas de 80 e 90. Com a morte de Aníbal, em 1999, Bibinho não perdeu força. Foi mantido no cargo pelos dois presidentes que se revezaram no poder desde então: Hermas Brandão e Nelson Justus.
É gestor de um orçamento gordo – de R$ 319 milhões em 2009. Mas não tem a caneta para nomear e exonerar servidores do Legislativo – atribuições que cabem ao presidente e ao primeiro-secretário da Assembleia. Ainda assim, no quadro de servidores da Casa há uma rede de pelo menos 20 pessoas que estão ou já passaram pelo Legislativo ligadas ao diretor-geral e que recebem ou receberam salários da Casa. Dez deles admitem que não trabalharam na Assembleia. Alguns prestam serviços particulares para Bibinho. Outros nem sequer moram no Paraná. Essas são as conclusões de uma investigação feita pela Gazeta do Povo e pela RPCTV por quase dois anos, com base em mais de 700 diários oficiais da Assem­­­bleia.
Outros documentos obtidos pela reportagem revelam que a Assembleia fez 624 depósitos nas contas bancárias dos servidores que têm vínculo com o diretor-geral, de 2004 a abril de 2009, somando pelo menos R$ 11,2 milhões – uma média de R$ 18 mil cada depósito.
Jardineiro particular
O trabalho do grupo de funcionários públicos à disposição de Bibinho começa pelo quintal da casa dele, no bairro Seminário, em Curitiba. Lá trabalham o jardineiro Izidoro Vosilk, de 82 anos, e Ana Maria Vosilk, filha dele. A Assembleia depositou na conta de Vosilk, que se declara primo do diretor-geral, R$ 192 mil no período entre 2004 e abril de 2009. Ana Maria recebeu da Assembeia R$ 38 mil no mesmo período.
Gazeta do Povo
Título Modificado

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