segunda-feira, 8 de março de 2010

QUEM FOI CAIFÁS?



Astuto, manipulador e sagaz são qualidades que poderiam ser aplicadas a Caifás, o sumo sacerdote que presidiu dois dos julgamentos de Jesus. Ainda que não fosse pelos relatos bíblicos, só o fato dos romanos o deixarem permanecer no cargo por mais tanto tempo (18 anos) já mostra que ele era um manipulador astucioso.
Mas é nas Escrituras que vemos sua habilidade em se manter no poder político. Após a ressurreição de Lázaro, ele tramou friamente a morte de Jesus. Ele tentou tranqüilizar a consciência de qualquer membro do Sinédrio que talvez não tivesse coragem de acusar a Jesus. Ele fez isso atribuindo motivos elevados a este ato perverso: "Convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação" (João 11:50).
Quando ele, com a ajuda de Judas, conseguiu prender o Salvador, o propósito de cada passo seu foi para ver Jesus morto o mais rápido possível, sem nenhuma consideração para com a justiça ou a lei. Depois de Jesus se apresentar diante de Anás, sogro de Caifás e considerado por alguns judeus o verdadeiro sumo sacerdote, Caifás e o Sinédrio expuseram Jesus a dois julgamentos falsos.
No primeiro julgamento, Caifás cinicamente presidiu uma demonstração pública de perjúrios. Quando Jesus permaneceu calado sem se rebaixar ao nível de seus acusadores, Caifás impacientemente demandou uma resposta direta à pergunta de ser ele ou não o Filho de Deus. Ouvindo uma resposta afirmativa, de modo hipócrita rasgou suas vestes, fingindo estar chocado, e declarou: "Blasfemou! Que necessidade mais temos de testemunhas? Eis que ouvistes agora a blasfêmia!" (Mateus 26:65). Ele então assistiu, sem interferir, a uma multidão profana que cuspia em Jesus e o ridicularizava.
O ódio de Caifás pelo caminho de Deus não terminou com a morte de Jesus. Ele continuou ativo, perseguindo a Pedro e a João (Atos 4:6) e provavelmente era o sumo sacerdote mencionado em Atos 5:17-21, 27; 7:1 e em 9:1, o qual perseguia os cristãos com todo o vigor.
Para Caifás, a vida nada mais era que lucrar e preservar o seu bocado de poder insignificante.Mesmo com toda a sua manobra e trama, ele é uma personalidade absolutamente insignificante na História, a não ser por tratar infamemente Jesus e os cristãos. Sua obsessão por conservar-se no poder o tornava frio, indiferente e incapaz de ver que o Filho de Deus estava ali no seu meio.



A Atitude de Jesus para com Caifás
Jesus entendeu que ele e Caifás eram de dois reinos completamente diferentes e que seria impossível tratar com Caifás em seu próprio domínio mundano e político. Jesus não tentou organizar um protesto, incentivar um boicote ou usar algum tipo de poder político para criar problemas para Caifás. A missão de Jesus era convencer quem tivesse o coração aberto, não exercer pressão política nos que tivessem o coração empedernido. Assim, quando Jesus teve de tratar com Caifás, vemos apenas um silêncio cheio de dignidade em face da injustiça indizível e, por fim, uma resposta simples S "Tu o disseste" S à pergunta direta quanto a ser ele ou não o Filho de Deus. Qualquer outra abordagem de um homem mundano, superficial e de mente fechada teria sido inútil e degradante.

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