segunda-feira, 22 de março de 2010

INDIGNAÇÃO ESTUDANTIL



A insatisfação com as irregularidades na Assembleia Legislativa do Paraná, denunciadas pela Gazeta do Povo e pela RPCTV, vai ganhar as ruas a partir de amanhã. Pelo menos é essa a intenção do movimento estudantil do estado. A União Paranaense dos Estudantes (UPE) e a União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes) prometem realizar uma manifestação amanhã, a partir das 13h30, em frente à Assembleia, no Centro Cívico, em Curitiba.
“Estamos conversando com outros movimentos sociais para ver se eles aderem. Mas o movimento estudantil está fechado na questão”, diz Camilo Vanni, secretário-geral da UPE.

Em nota, a UPE e a Upes afirmam que não irão tolerar a irresponsabilidade de não denunciar e punir todos os envolvidos no escândalo dos diários secretos da Assembleia. As duas entidades exigem que sejam instaladas imediatamente medidas que garantam a total transparência de todas as publicações e documentação do Legislativo paranaense.
“Ficamos enojados ao saber que agricultoras, trabalhadores e trabalhadoras, que mal tem possibilidade de garantir sua alimentação, que vivem com uma renda muito menor que um salário mínimo, foram usadas como ‘laranjas’ em um esquema milionário de corrupção que se instalou nessa Casa”, diz a nota enviada pelo movimento estudantil. O texto se refere às agricultoras Jermina Maria Leal da Silva e Vanilda Leal, que moram em Cerro Azul, a 100 quilômetros de Curitiba. As duas vivem em casebres de madeira e recebem o Bolsa Família para se sustentar. Mas “receberam” R$ 1,6 milhão de pagamentos da Assembleia em cinco anos. Elas dizem nunca ter visto o dinheiro.
Sindicatos
Paralelamente ao ato dos estudantes, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) também estuda realizar um protesto no Centro Cívico pedindo investigação das denúncias. “Ainda vamos nos reunir para decidir. Mas já existe um indicativo de realizar uma manifestação no dia 29 de março, aniversário de Curitiba”, afirma a secretária-geral da CUT, Marisa Stedile.
Segundo ela, somente com a apuração do Ministério Público, a sociedade poderá ter as respostas que precisa. “No nosso ponto de vista, a comissão de sindicância da Assembleia não tem nenhuma insenção para apurar as denúncias.”

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